A Igreja Nossa Senhora Mãe dos homens.
Ao subimos a escadaria da igreja chegamos ao adro. Neste espaço e aonde o Lobo Guará vem à noite para comer a refeição deixada pelo padre. Também, durante os anos de 1779 a 1876, foi um cemitério.
Ao subimos a escadaria da igreja chegamos ao adro. Neste espaço e aonde o Lobo Guará vem à noite para comer a refeição deixada pelo padre. Também, durante os anos de 1779 a 1876, foi um cemitério.
Depois de 1876, os corpos passaram a ser enterrado na Catacumba debaixo da igreja. O acesso a esse é pelo jardim interno do antigo mosteiro.
De um lado encontramos a bela vista dos morros e da vegetação que o cobre, do outro a magnífica fachada da Igreja Nossa Senhora Mãe dos homens. A igreja em si foi o primeiro templo em estilo Neogótico do Brasil. O estilo contrasta com do barroco, por não ser uma arte de apelo emocional e sim racional.
No centro da igreja está torre de 48m. Toda a sua estrutura foi feita com pedra tirada do Caraça. No topo encontra- se uma cruz. Em um dos lados está o relógio. Há uma instrução. "Omni temporis hora aeternitatis Deum ("Em todas as horas que marco e bato, adora ao Deus eterno").
Percebe-se que na fachada, a decoração ilustra várias referências à fé católico. Um deles são as mãos cruzadas, símbolo de São Francisco de Assis, cuja ordem terceira pertencia o irmão Lourenço. Um braço é do Cristo, enquanto o outro de São Francisco. Contém também gravado o ano inicial da construção 1775 e o ano 1880, que referisse ao cinqüentenário da aparição de Nossa Senhora das Graças à irmã Santa Catarina Labouré.
A circunferência que forma a rosácea foi esculpida no granito. No centro dessa está a imagem de Nossa Senhora das Graças feita em ferro fundido e bronze. Ao redor lê-se a oração “Ó Maria concebida sem pecado, orai por nós que recorremos a vós”.
A
igreja foi construída pelo arquiteto e diretor do colégio Jules
Clavelin, superior do Caraça no ano de 1876 a 1883.
A pequena ermida foi derrubada em 1873 para que esta pude-se ser construída no local. O antigo templo não tinha capacidade para comportar o número crescente de alunos que frequentavam as missas, por isso a necessidade de ter um templo maior.
Da
decoração da antiga capela sobraram dois altares que estão a direita e a
esquerda, logo na entrada. Ambos foram pintado pelo mestre Ataíde entre os ano
de 1806 à 1807. O da direita representa Nossa Senhora da Piedade e o da
esquerda o Sagrado Coração de Jesus.
O
altar principal também foi conservado e se encontra exposto no Museu do Caraça.
A
arquitetura foi inspirada do estilo de construção francês, mas os matérias
usados foram providos no próprio estado. A pedra sabão foi
extraída perto da Cascatona; o mármore veio das cidades de Itabirito
e Mariana; e o quartzito da redondeza do Caraça e vizinhança.
Também
encontra exposto um quadro pintado pelo grande mestre barroco Ataíde. A obra
representa a santa ceia. Além dos 12 apóstolos, o autor também retratou
mulheres participando da cena, pois a figura feminina sempre esteve presente na
vida do messias e por isso não poderia deixar de retratadas. Um detalhe
interessante desta obra e que Judas encara o observador diretamente. Seu olhar
segui o apreciador onde quer que ele esteja. Este personagem segura
um saco de dinheiro na frente. Símbolo da traição.
Logo
embaixo da mesa do altar encontramos uma impressionante relíquia. A múmia do
São Pio Mártir. Esse foi coberto por uma camada de cera. Ao lado está uma taça
com um pouco do seu sangue misturado a areia do seu túmulo. Eu olhei mais perto
e é possível ver os seus dois dentes frontais e os detalhes das unhas.
Essa
é uma das 86 relíquias que o irmão Loureço mandou trazer de Roma para
incentivar as peregrinações ao local. É considerada uma relíquia insigne, ou
seja, o corpo inteiro de um santo.
O
corpo do santo veio de Roma, da Catacumba de Santa Ciríaca. Foi descoberta em
1792 e viajou por cinco anos, até chegar em 1797 ao Caraça. Chegou ao santuário
intacto e inviolável.
Ė impressionante olhar para o seu rosto, pois sua face expressa dor e ao mesmo tempo êxtase espiritual.
Seu traje é branco, cheio de renda e pedrarias. Semelha-se à de um nobre militar. Ao lado, próximo a mão direita, há uma espada reta. Esse ornamento tem um significado, pois sabe- se que ele era um soldado romano. Um homem tão honroso que preferiu a morte à vergonha de ter que negar Cristo. Hoje é o guardião espiritual do Caraça. Um guerreiro estrangeiro que vela por esta nossa terra tão cheia de preciosidades espirituais, ambientais e históricas.
Em cima da porta de entrada encontra-se um antigo órgão perfeitamente harmonioso ao estilo da igreja. Segundo Zico possuiu 700 tubos e notas donde soa um agradável som.
O instrumento musical em questão foi construído pelo Pe. Luiz Boavida. Sua genialidade superou as limitações da época. Já que não era fácil encontrar peças prontas para montar o instrumento. A madeira foi retirada do próprio Caraça. Ele usou principalmente cedro, pinheiro e jacarandá. O cedro vermelho foi utilizado para criar o someiro, que era a caixa onde recebe o ar para ser distribuído aos tubos.
Em 1881 Dom Pedro II esteve o Caraça e visitou a oficina do mestre Boavida. Observou o órgão de perto e ficou encantado com o mecanismo. Só lamentou não ter conhecido o construtor, que estava em Pitangui cumprindo uma missão.
O primeiro mostra o nascimento de Jesus. O bebê está no centro rodeado dos pais Maria e José. Atrás estão os pastores, o anjo e os reis magos.
O segundo retrata a apresentação de Jesus ao templo. Novamente vemos o casal com o seu filho e o profeta Simeão que prevê o futuro da criança e de sua mãe. Acima, separado da cena vê-se um anjo.
O terceiro mosaico encontra-se no central ė representa Jesus entre os doutores. A imagem mostra o menino discursando aos mestres da lei. Maria e José acaba de encontra- lo.
Acima há a imagem de Deus pai e o Espírito Santo rodeado por anjos.
Sabe-se que especialmente esse mosaico foi um presente do imperador D. Pedro II ao Caraça. A coroa do império está retratada debaixo do messias.
Quarto mosaico ė uma representação do cotidiano. José ensina ao filho o seu ofício, enquanto é observado por sua mãe. Anjos compõe o cenário.
O último é uma cena de Jesus adulto. O casamento de Caná, onde ele realiza o seu primeiro milagre.
Há um detalhe interessante na arte dos vitrais que só reparei ontem. Ao assistir a missa noturna percebi que os vitrais perde toda a sua beleza, pois a negritude da noite escurecem de tal forma, que torna difícil identificar as imagens e a narrativa a qual pretende passar aos peregrinos. Todo o colorido desaparece, as formas dos personagens tornam irreconhecíveis e tudo o que sobra é o negro da total escuridão. Sem nenhum esplendor, a visão fica sem graça, mas parecida com um rascunho do que uma obra de arte.
Contudo ao clarear do dia, tudo se transforma. As imagens ficam totalmente nítidas. É possível ver os traços e o colorido que dão formas ao desenho. A conclusão disso é que as pessoas que estão na escuridão, são incapazes de entender a mensagem de Deus. Precisamos da luz, para compreender a mensagem celestial, e a luz do mundo é Jesus.
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