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quarta-feira, 22 de abril de 2020

HISTÓRIA DA COMUNIDADE NEGRA DOS ARTUROS - Contagem

O quilombo surgiu com o negro Arthur Camilo Silvério. Embora Arthur vivesse no tempo da escravidão, ele era um homem livre, já que na época de seu nascimento (1880) imperava a Lei do Ventre Livre, a qual tornava libertos todos os cativos nascidos a partir de 1871. Mesmo sendo um homem alforriado pela lei, ele sofreu tanto quanto um escravo, pois não conseguiu, a priori, tirar o sustento da terra comprada pelo pai, por isso teve que trabalhar duro em varias fazendas, onde foi castigado, humilhado e colocado sobre a vigília de cães.

Um dia o seu pai faleceu. Artur quis presta-lhe as ultimas homenagens. Pediu permissão ao seu patrão. Insistiu quando este o proibiu de vê-lo, mas tudo o que conseguiu, foi levar um golpe no rosto com um instrumento de madeira. Isso foi o estopim, ele não suportou mais a vida de privação na fazenda. Fugiu, passando por diversos lugares. Trabalhou arduamente com a esperança de conseguir uma vida melhor. A fé e o esforço de Artur renderam-lhe fruto. Ele acumulou recursos e pode retornar a terra que herdou do pai. Viveu no local tranquilamente. Cuidado dos filhos adotivos e legítimos que tivera com sua esposa Carmelinda Maria da Silva.

segunda-feira, 13 de abril de 2020

ZEZÉ LEONE – A curiosa história de uma Locomotiva.


https://anytamarques.blogspot.com/2020/04/locomotiva-zeze-leone.htm

Zezé Leone é uma locomotiva a vapor, pertencente ao modelo Pacific (4-6-2) construída pela American Locomotive Company (Alco) em 1922, declara o jornal Trem de Ferro da ABPF-RJ. Só pelo fato de ser um veiculo antigo já chama a atenção, pois agrega um valor histórico, que proporcionaria a compreender a evolução do transporte ferroviário e a expor a mecânica adotada naquela época. Entretanto outros aspectos curiosos estão envolvidos nesta historia.

Em primeiro lugar é a origem. Esse trem chegou ao Brasil através de uma visita inusitada. Segundo Cavalcanti, foi o Rei Alberto I da Bélgica que, quando visitou essa nação, enviou a locomotiva como presente pelo centenário da Independência. Outro fato instigante é a explicação do apelido, pois Zezé Leone foi o nome da primeira Miss Brasil eleita em 1923.

De todas as jovens que conquistaram o titulo de Miss Brasil, Zezé Leone foi a mais icônica. Recebeu homenagem em letra de marchinha; deu nome a uma rua e perfume, participou do filme “Sua Majestade, a Mais Bela”, do estúdio Botelho Films; dentre outros trabalhos publicitários. Também ganhou um doce com o seu nome. A receita pode ser conferida no link: https://charlelitoreceitas.blogspot.com/2020/04/doce-zeze-leone.html

Segundo Cavalcanti, a locomotiva, ao ser integrada a frota da Estrada de Ferro Central do Brasil (EFCB), recebeu o nº 370. Foi utilizada no transporte noturno de passageiros de Cruzeiro do Sul, o Rio de Janeiro e São Paulo. Seu principal maquinista foi Carlos Pereira da Rocha. Ele era o responsável pela linha entre Rio e São Paulo. Em sua memória relata que quando os residentes do subúrbio carioca ouviam os apitos, corriam para a janela ver a passagem do trem. Era o próprio maquinista responsável por cuidava da limpeza do veiculo. Ele fazia questão por conservar o metal sempre lustroso. Aproveitava os momentos em que a maquina estava parada e chamava os filhos para ajuda-lhe na limpeza.

Oliveira conta que em 1968 a locomotiva ficou inoperante. Estava fardada a virar sucata como o resto dos maquinários da Central do Brasil e assim ficaria perdida para sempre. Entretanto houve intenção de recuperar o patrimônio. O que demorou a ser posto em pratica.

Esta foi uma saga a parte. Conforme Oliveira como demorou a iniciar o projeto, as principais peças de bronze foram retiradas e guardadas em caixotes. Essa terminou sumindo, quando o deposito foi fechado nos anos 90.

Esquecida, exposta na frente do deposito, acabou sofrendo com a ação do tempo. Ficou anos sem proteção que impedisse sua continua ruína.

Em 1991 no jornal Trem de Ferro da ABPF-RJ exprimiu preocupação com a degradação do patrimônio e cogitou uma possível restauração no futuro. Segundo a matéria, a Associação Brasileira de Preservação Ferroviária recomendou a construção de uma cobertura ou a deslocamento da locomotiva para o interior do Depósito.

Conforme fontes de Oliveira, no ano 2002, a MRS e os aposentados a retiraram do lugar e a guardaram no interior, onde ficaria protegida. Só em 2005 foi redescoberta, quando o pesquisador Sergio Martire fazia o inventário das locomotivas a vapor para Notícia & Cia. Com esse trabalho foi proposto à recuperação. O projeto foi levado ao Ministério da Cultura em 2007. Nesse a MRS Logística prometeu disponibilizar recurso para o restauro. A recuperação começou em 2008.

Apesar do excelente trabalho da equipe de restauradores, a locomotiva não está sendo usada para passeios turísticos. De fato isso é um desperdício de um bem de grande potencial. Ela deveria render recursos para pagar o dinheiro gasto com o restauro e gera renda para o município.



Conclusão



A história dessa locomotiva é um exemplo do que acontece com muitos dos patrimônios no Brasil. Já que, apesar do reconhecimento de ser um bem importante, e do alerta pela necessidade de restauração, deixou-se deteriorar por um longo tempo. Certamente os recursos utilizados foram maiores do que se tivesse iniciado o projeto antes, quando ainda a deterioração não era menor.

Faltamente isso poderá levar a uma nova degradação do patrimônio e talvez a perda total. Já que os recursos adquiridos pelo uso, uma parte deveriam ser revertido na sua manutenção. Se não há a utilidade, não tem como manter a preservação desse atrativo.

Enfim atrativos turísticos não devem ser pensados como meros enfeites para cidades e sim como geradores de renda e emprego.



Referências Bibliográficas:


Artigo sobre a locomotiva Zezé Leone no jornal “Trem de Ferro”, da ABPF-RJ, em 1991.




CAVALCANTI, Flavio, Locomotiva Zezé Leone: história, recuperação e projeto turístico, disponível em: http://vfco.brazilia.jor.br/atualizacoes/2013-07-22-projeto-turistico-locomotiva-Zeze-Leone.shtml


OLIVEIRA, Andreia, A Imponente Zeze Leone, disponível em: http://deianarede.blogspot.com/2012/06/imponente-zeze-leone.html O processo recuperação esta registrado nesse site. 

Pintura de Ana Paula Marques Soares. Link: https://anytamarques.blogspot.com/2020/04/locomotiva-zeze-leone.html