Dispõe sobre a Política Nacional de Turismo,
define as atribuições do Governo Federal no planejamento, desenvolvimento e
estímulo ao setor turístico; revoga a Lei no 6.505, de 13 de
dezembro de 1977, o Decreto-Lei no 2.294, de 21 de novembro
de 1986, e dispositivos da Lei no 8.181, de 28 de março de
1991; e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1o
Esta Lei estabelece normas sobre a Política Nacional de Turismo, define as atribuições
do Governo Federal no planejamento, desenvolvimento e estímulo ao setor
turístico e disciplina a prestação de serviços turísticos, o cadastro, a
classificação e a fiscalização dos prestadores de serviços turísticos.
Art. 2o
Para os fins desta Lei, considera-se turismo as atividades realizadas por
pessoas físicas durante viagens e estadas em lugares diferentes do seu entorno
habitual, por um período inferior a 1 (um) ano, com finalidade de lazer,
negócios ou outras.
Parágrafo único.
As viagens e estadas de que trata o caput deste artigo devem gerar movimentação
econômica, trabalho, emprego, renda e receitas públicas, constituindo-se
instrumento de desenvolvimento econômico e social, promoção e diversidade
cultural e preservação da biodiversidade.
Art. 3o
Caberá ao Ministério do Turismo estabelecer a Política Nacional de Turismo,
planejar, fomentar, regulamentar, coordenar e fiscalizar a atividade turística,
bem como promover e divulgar institucionalmente o turismo em âmbito nacional e
internacional.
Parágrafo único.
O poder público atuará, mediante apoio técnico, logístico e financeiro, na
consolidação do turismo como importante fator de desenvolvimento sustentável,
de distribuição de renda, de geração de emprego e da conservação do patrimônio
natural, cultural e turístico brasileiro.
CAPÍTULO II
DA POLÍTICA, DO PLANO E DO SISTEMA NACIONAL DE TURISMO
Seção I
Da Política Nacional de Turismo
Subseção I
Dos Princípios
Art. 4o
A Política Nacional de Turismo é regida por um conjunto de leis e normas,
voltadas ao planejamento e ordenamento do setor, e por diretrizes, metas e
programas definidos no Plano Nacional do Turismo - PNT estabelecido pelo
Governo Federal.
Parágrafo único.
A Política Nacional de Turismo obedecerá aos princípios constitucionais da
livre iniciativa, da descentralização, da regionalização e do desenvolvimento
econômico-social justo e sustentável.
Subseção II
Dos Objetivos
Art. 5o
A Política Nacional de Turismo tem por objetivos:
I - democratizar
e propiciar o acesso ao turismo no País a todos os segmentos populacionais,
contribuindo para a elevação do bem-estar geral;
II - reduzir
as disparidades sociais e econômicas de ordem regional, promovendo a inclusão social
pelo crescimento da oferta de trabalho e melhor distribuição de renda;
III - ampliar
os fluxos turísticos, a permanência e o gasto médio dos turistas nacionais e
estrangeiros no País, mediante a promoção e o apoio ao desenvolvimento do
produto turístico brasileiro;
IV - estimular
a criação, a consolidação e a difusão dos produtos e destinos turísticos
brasileiros, com vistas em atrair turistas nacionais e estrangeiros,
diversificando os fluxos entre as unidades da Federação e buscando beneficiar,
especialmente, as regiões de menor nível de desenvolvimento econômico e social;
V - propiciar
o suporte a programas estratégicos de captação e apoio à realização de feiras e
exposições de negócios, viagens de incentivo, congressos e eventos nacionais e
internacionais;
VI - promover,
descentralizar e regionalizar o turismo, estimulando Estados, Distrito Federal
e Municípios a planejar, em seus territórios, as atividades turísticas de forma
sustentável e segura, inclusive entre si, com o envolvimento e a efetiva
participação das comunidades receptoras nos benefícios advindos da atividade
econômica;
VII - criar
e implantar empreendimentos destinados às atividades de expressão cultural, de
animação turística, entretenimento e lazer e de outros atrativos com capacidade
de retenção e prolongamento do tempo de permanência dos turistas nas
localidades;
VIII - propiciar
a prática de turismo sustentável nas áreas naturais, promovendo a atividade
como veículo de educação e interpretação ambiental e incentivando a adoção de
condutas e práticas de mínimo impacto compatíveis com a conservação do meio
ambiente natural;
IX - preservar
a identidade cultural das comunidades e populações tradicionais eventualmente
afetadas pela atividade turística;
X - prevenir e combater as atividades
turísticas relacionadas aos abusos de natureza sexual e outras que afetem a
dignidade humana, respeitadas as competências dos diversos órgãos
governamentais envolvidos;
XI - desenvolver,
ordenar e promover os diversos segmentos turísticos;
XII - implementar
o inventário do patrimônio turístico nacional, atualizando-o regularmente;
XIII - propiciar
os recursos necessários para investimentos e aproveitamento do espaço turístico
nacional de forma a permitir a ampliação, a diversificação, a modernização e a
segurança dos equipamentos e serviços turísticos, adequando-os às preferências
da demanda, e, também, às características ambientais e socioeconômicas
regionais existentes;
XIV - aumentar e diversificar linhas de
financiamentos para empreendimentos turísticos e para o desenvolvimento das
pequenas e microempresas do setor pelos bancos e agências de desenvolvimento
oficiais;
XV - contribuir
para o alcance de política tributária justa e equânime, nas esferas federal,
estadual, distrital e municipal, para as diversas entidades componentes da
cadeia produtiva do turismo;
XVI - promover
a integração do setor privado como agente complementar de financiamento em
infra-estrutura e serviços públicos necessários ao desenvolvimento turístico;
XVII - propiciar
a competitividade do setor por meio da melhoria da qualidade, eficiência e
segurança na prestação dos serviços, da busca da originalidade e do aumento da
produtividade dos agentes públicos e empreendedores turísticos privados;
XVIII - estabelecer
padrões e normas de qualidade, eficiência e segurança na prestação de serviços
por parte dos operadores, empreendimentos e equipamentos turísticos;
XIX - promover
a formação, o aperfeiçoamento, a qualificação e a capacitação de recursos
humanos para a área do turismo, bem como a implementação de políticas que
viabilizem a colocação profissional no mercado de trabalho; e
XX - implementar
a produção, a sistematização e o intercâmbio de dados estatísticos e
informações relativas às atividades e aos empreendimentos turísticos instalados
no País, integrando as universidades e os institutos de pesquisa públicos e
privados na análise desses dados, na busca da melhoria da qualidade e
credibilidade dos relatórios estatísticos sobre o setor turístico brasileiro.
Parágrafo único.
Quando se tratar de unidades de conservação, o turismo será desenvolvido em
consonância com seus objetivos de criação e com o disposto no plano de manejo
da unidade.
Seção II
Do Plano Nacional de Turismo - PNT
Art. 6o O Plano Nacional de Turismo - PNT será
elaborado pelo Ministério do Turismo, ouvidos os segmentos públicos e privados
interessados, inclusive o Conselho Nacional de Turismo, e aprovado pelo
Presidente da República, com o intuito de promover:
I - a
política de crédito para o setor, nela incluídos agentes financeiros, linhas de
financiamento e custo financeiro;
II - a
boa imagem do produto turístico brasileiro no mercado nacional e internacional;
III -
a vinda de turistas estrangeiros e a movimentação de turistas no mercado
interno;
IV - maior
aporte de divisas ao balanço de pagamentos;
V - a
incorporação de segmentos especiais de demanda ao mercado interno, em especial
os idosos, os jovens e as pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade
reduzida, pelo incentivo a programas de descontos e facilitação de
deslocamentos, hospedagem e fruição dos produtos turísticos em geral e
campanhas institucionais de promoção;
VI - a
proteção do meio ambiente, da biodiversidade e do patrimônio cultural de
interesse turístico;
VII - a
atenuação de passivos socioambientais eventualmente provocados pela atividade
turística;
VIII - o
estímulo ao turismo responsável praticado em áreas naturais protegidas ou não;
IX - a
orientação às ações do setor privado, fornecendo aos agentes econômicos
subsídios para planejar e executar suas atividades; e
X - a
informação da sociedade e do cidadão sobre a importância econômica e social do
turismo.
Parágrafo único.
O PNT terá suas metas e programas revistos a cada 4 (quatro) anos, em
consonância com o plano plurianual, ou quando necessário, observado o interesse
público, tendo por objetivo ordenar as ações do setor público, orientando o
esforço do Estado e a utilização dos recursos públicos para o desenvolvimento
do turismo.
Art. 7o
O Ministério do Turismo, em parceria com outros órgãos e entidades integrantes
da administração pública, publicará,
anualmente, relatórios, estatísticas e balanços, consolidando e
divulgando dados e informações sobre:
I - movimento
turístico receptivo e emissivo;
II - atividades
turísticas e seus efeitos sobre o balanço de pagamentos; e
III - efeitos
econômicos e sociais advindos da atividade turística.
Seção III
Do Sistema Nacional de Turismo
Subseção I
Da Organização e Composição
Art. 8o
Fica instituído o Sistema Nacional de Turismo, composto pelos seguintes órgãos
e entidades:
I - Ministério
do Turismo;
II - EMBRATUR - Instituto
Brasileiro de Turismo;
III - Conselho
Nacional de Turismo; e
IV - Fórum
Nacional de Secretários e Dirigentes Estaduais de Turismo.
§ 1o
Poderão ainda integrar o Sistema:
I - os
fóruns e conselhos estaduais de turismo;
II - os
órgãos estaduais de turismo; e
III - as
instâncias de governança macrorregionais, regionais e municipais.
§ 2o
O Ministério do Turismo, Órgão Central do Sistema Nacional de Turismo, no
âmbito de sua atuação, coordenará os programas de desenvolvimento do turismo,
em interação com os demais integrantes.
Subseção II
Dos Objetivos
Art. 9o
O Sistema Nacional de Turismo tem por objetivo promover o desenvolvimento das
atividades turísticas, de forma sustentável, pela coordenação e integração das
iniciativas oficiais com as do setor produtivo, de modo a:
I - atingir
as metas do PNT;
II - estimular
a integração dos diversos segmentos do setor, atuando em regime de cooperação
com os órgãos públicos, entidades de classe e associações representativas
voltadas à atividade turística;
III - promover
a regionalização do turismo, mediante o incentivo à criação de organismos
autônomos e de leis facilitadoras do desenvolvimento do setor, descentralizando
a sua gestão; e
IV - promover
a melhoria da qualidade dos serviços turísticos prestados no País.
Parágrafo único.
Os órgãos e entidades que compõem o Sistema Nacional de Turismo, observadas as
respectivas áreas de competência, deverão orientar-se, ainda, no sentido de:
I - definir
os critérios que permitam caracterizar as atividades turísticas e dar
homogeneidade à terminologia específica do setor;
II - promover
os levantamentos necessários ao inventário da oferta turística nacional e ao
estudo de demanda turística, nacional e internacional, com vistas em
estabelecer parâmetros que orientem a elaboração e execução do PNT;
III - proceder
a estudos e diligências voltados à quantificação, caracterização e
regulamentação das ocupações e atividades, no âmbito gerencial e operacional,
do setor turístico e à demanda e oferta de pessoal qualificado para o turismo;
IV - articular,
perante os órgãos competentes, a promoção, o planejamento e a execução de obras
de infra-estrutura, tendo em vista o seu aproveitamento para finalidades
turísticas;
V - promover
o intercâmbio com entidades nacionais e internacionais vinculadas direta ou
indiretamente ao turismo;
VI - propor
o tombamento e a desapropriação por interesse social de bens móveis e imóveis,
monumentos naturais, sítios ou paisagens cuja conservação seja de interesse
público, dado seu valor cultural e de potencial turístico;
VII - propor
aos órgãos ambientais competentes a criação de unidades de conservação,
considerando áreas de grande beleza cênica e interesse turístico; e
VIII - implantar
sinalização turística de caráter informativo, educativo e, quando necessário,
restritivo, utilizando linguagem visual padronizada nacionalmente, observados
os indicadores de sinalização turística utilizados pela Organização Mundial de
Turismo.
CAPÍTULO III
DA COORDENAÇÃO E INTEGRAÇÃO DE DECISÕES E AÇÕES NO PLANO
FEDERAL
Seção Única
Das Ações, Planos e Programas
Art. 10.
O poder público federal promoverá a racionalização e o desenvolvimento uniforme
e orgânico da atividade turística, tanto na esfera pública como privada,
mediante programas e projetos consoantes com a Política Nacional de Turismo e
demais políticas públicas pertinentes, mantendo a devida conformidade com as
metas fixadas no PNT.
Art. 11. Fica criado o Comitê Interministerial de Facilitação
Turística, com a finalidade de compatibilizar a execução da Política Nacional
de Turismo e a consecução das metas do PNT com as demais políticas públicas, de
forma que os planos, programas e projetos das diversas áreas do Governo Federal
venham a incentivar:
I - a
política de crédito e financiamento ao setor;
II - a
adoção de instrumentos tributários de fomento à atividade turística mercantil,
tanto no consumo como na produção;
III - o
incremento ao turismo pela promoção adequada de tarifas aeroportuárias, em
especial a tarifa de embarque, preços de passagens, tarifas diferenciadas ou
estimuladoras relativas ao transporte turístico;
IV - as
condições para afretamento relativas ao transporte turístico;
V - a
facilitação de exigências, condições e formalidades, estabelecidas para o
ingresso, saída e permanência de turistas no País, e as respectivas medidas de
controle adotadas nos portos, aeroportos e postos de fronteira, respeitadas as
competências dos diversos órgãos governamentais envolvidos;
VI - o levantamento de informações quanto à procedência e
nacionalidade dos turistas estrangeiros, faixa etária, motivo da viagem e
permanência estimada no País;
VII - a
metodologia e o cálculo da receita turística contabilizada no balanço de
pagamentos das contas nacionais;
VIII - a
formação, a capacitação profissional, a qualificação, o treinamento e a
reciclagem de mão-de-obra para o setor turístico e sua colocação no mercado de
trabalho;
IX - o
aproveitamento turístico de feiras, exposições de negócios, congressos e
simpósios internacionais, apoiados logística, técnica ou financeiramente por
órgãos governamentais, realizados em mercados potencialmente emissores de
turistas para a divulgação do Brasil como destino turístico;
X - o
fomento e a viabilização da promoção do turismo, visando à captação de turistas
estrangeiros, solicitando inclusive o apoio da rede diplomática e consular do
Brasil no exterior;
XI - o
tratamento diferenciado, simplificado e favorecido às microempresas e empresas
de pequeno porte de turismo;
XII - a
geração de empregos;
XIII - o
estabelecimento de critérios de segurança na utilização de serviços e
equipamentos turísticos; e
XIV - a formação de parcerias
interdisciplinares com as entidades da administração pública federal, visando
ao aproveitamento e ordenamento do patrimônio natural e cultural para fins
turísticos.
Parágrafo único.
O Comitê Interministerial de Facilitação Turística, cuja composição, forma de
atuação e atribuições serão definidas pelo Poder Executivo, será presidido pelo
Ministro de Estado do Turismo.
Art. 12.
O Ministério do Turismo poderá buscar, no Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior, apoio técnico e financeiro para as iniciativas,
planos e projetos que visem ao fomento das empresas que exerçam atividade
econômica relacionada à cadeia produtiva do turismo, com ênfase nas
microempresas e empresas de pequeno porte.
Art. 13.
O Ministério do Turismo poderá buscar, no Ministério da Educação e no
Ministério do Trabalho e Emprego, no âmbito de suas respectivas competências,
apoio para estimular as unidades da Federação emissoras de turistas à
implantação de férias escolares diferenciadas, buscando minorar os efeitos da
sazonalidade turística, caracterizada pelas alta e baixa temporadas.
Parágrafo único.
O Governo Federal, por intermédio do Ministério do Turismo, poderá oferecer
estímulos e vantagens especiais às unidades da Federação emissoras de turistas
em função do disposto neste artigo.
Art. 14. O Ministério do Turismo,
diretamente ou por intermédio do Instituto Brasileiro de
Turismo - EMBRATUR, poderá utilizar, mediante delegação ou convênio, os
serviços das representações diplomáticas, econômicas e culturais do Brasil no
exterior para a execução de suas tarefas de captação de turistas, eventos e
investidores internacionais para o País e de apoio à promoção e à divulgação de
informações turísticas nacionais, com vistas na formação de uma rede de
promoção internacional do produto turístico brasileiro, intercâmbio tecnológico
com instituições estrangeiras e à prestação de assistência turística aos que
dela necessitarem.
CAPÍTULO IV
DO FOMENTO À ATIVIDADE TURÍSTICA
Seção I
Da Habilitação a Linhas de Crédito Oficiais e ao Fundo
Geral de Turismo - FUNGETUR
Art. 15.
As pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, com ou sem fins
lucrativos, que desenvolverem programas e projetos turísticos poderão receber
apoio financeiro do poder público, mediante:
I - cadastro efetuado no Ministério do Turismo,
no caso de pessoas de direito privado; e
II - participação
no Sistema Nacional de Turismo, no caso de pessoas de direito público.
Seção II
Do Suporte Financeiro às Atividades Turísticas
Art. 16.
O suporte financeiro ao setor turístico será viabilizado por meio dos seguintes
mecanismos operacionais de canalização de recursos:
I - da
lei orçamentária anual, alocado ao Ministério do Turismo e à Embratur;
II - do
Fundo Geral de Turismo - FUNGETUR;
III - de
linhas de crédito de bancos e instituições federais;
IV - de
agências de fomento ao desenvolvimento regional;
V - alocados
pelos Estados, Distrito Federal e Municípios;
VI - de
organismos e entidades nacionais e internacionais; e
VII - da securitização de
recebíveis originários de operações de prestação de serviços turísticos, por
intermédio da utilização de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios -
FIDC e de Fundos de Investimento em Cotas de Fundos de Investimento em Direitos
Creditórios - FICFIDC, observadas as normas do Conselho Monetário
Nacional - CMN e da Comissão de Valores Mobiliários - CVM.
Parágrafo único.
O poder público federal poderá viabilizar, ainda, a criação de mecanismos de investimentos
privados no setor turístico.
Art. 17.
(VETADO)
Seção III
Do Fundo Geral de Turismo - FUNGETUR
Art. 18.
O Fundo Geral de Turismo - FUNGETUR, criado pelo Decreto-Lei
no 1.191, de 27 de outubro de 1971, alterado pelo Decreto-Lei
no 1.439, de 30 de dezembro de 1975, ratificado pela Lei no
8.181, de 28 de março de 1991, terá seu funcionamento e condições
operacionais regulados em ato do Ministro de Estado do Turismo.
Art. 19. O Fungetur tem por objeto o
financiamento, o apoio ou a participação financeira em planos, projetos, ações
e empreendimentos reconhecidos pelo Ministério do Turismo como de interesse
turístico, os quais deverão estar abrangidos nos objetivos da Política Nacional
de Turismo, bem como consoantes com as metas traçadas no PNT, explicitados
nesta Lei.
Parágrafo único.
As aplicações dos recursos do Fungetur, para fins do disposto neste artigo,
serão objeto de normas, definições e condições a serem fixadas pelo Ministério
do Turismo, em observância à legislação em vigor.
Art. 20.
Constituem recursos do Fungetur:
I - recursos
do orçamento geral da União;
II - contribuições,
doações, subvenções e auxílios de entidades de qualquer natureza, inclusive de
organismos internacionais;
III – (VETADO);
IV - devolução
de recursos de projetos não iniciados ou interrompidos, com ou sem justa
causa;
V - reembolso
das operações de crédito realizadas a título de financiamento reembolsável;
VI - recebimento
de dividendos ou da alienação das participações acionárias do próprio Fundo e
da Embratur em empreendimentos turísticos;
VII - resultado
das aplicações em títulos públicos federais;
VIII - quaisquer
outros depósitos de pessoas físicas ou jurídicas realizados a seu crédito;
IX - receitas
eventuais e recursos de outras fontes que vierem a ser definidas; e
X - superávit
financeiro de cada exercício.
Parágrafo único.
A operacionalização do Fungetur poderá ser feita por intermédio de agentes
financeiros.
CAPÍTULO V
DOS PRESTADORES DE SERVIÇOS TURÍSTICOS
Seção I
Da Prestação de Serviços Turísticos
Subseção I
Do Funcionamento e das Atividades
Art. 21.
Consideram-se prestadores de serviços turísticos, para os fins desta Lei, as
sociedades empresárias, sociedades simples, os empresários individuais e os
serviços sociais autônomos que prestem serviços turísticos remunerados e que
exerçam as seguintes atividades econômicas relacionadas à cadeia produtiva do
turismo:
I - meios
de hospedagem;
II - agências
de turismo;
III - transportadoras
turísticas;
IV - organizadoras
de eventos;
V - parques
temáticos; e
Parágrafo único. Poderão ser cadastradas
no Ministério do Turismo, atendidas as condições próprias, as sociedades
empresárias que prestem os seguintes serviços:
I - restaurantes, cafeterias, bares e similares;
II - centros ou locais destinados a convenções
e/ou a feiras e a exposições e similares;
III - parques temáticos
aquáticos e empreendimentos dotados de equipamentos de entretenimento e lazer;
IV - marinas e empreendimentos de apoio ao
turismo náutico ou à pesca desportiva;
V - casas de espetáculos e equipamentos de
animação turística;
VI - organizadores, promotores e prestadores de
serviços de infra-estrutura, locação de equipamentos e montadoras de feiras de
negócios, exposições e eventos;
VII - locadoras de veículos para turistas; e
VIII - prestadores de serviços especializados na
realização e promoção das diversas modalidades dos segmentos turísticos,
inclusive atrações turísticas e empresas de planejamento, bem como a prática de
suas atividades.
Art. 22.
Os prestadores de serviços turísticos estão obrigados ao cadastro no Ministério
do Turismo, na forma e nas condições fixadas nesta Lei e na sua regulamentação.
§ 1o
As filiais são igualmente sujeitas ao cadastro no Ministério do Turismo, exceto
no caso de estande de serviço de agências de turismo instalado em local
destinado a abrigar evento de caráter temporário e cujo funcionamento se
restrinja ao período de sua realização.
§ 2o
O Ministério do Turismo expedirá certificado para cada cadastro deferido,
inclusive de filiais, correspondente ao objeto das atividades turísticas a
serem exercidas.
§ 3o Somente poderão prestar
serviços de turismo a terceiros, ou intermediá-los, os prestadores de serviços
turísticos referidos neste artigo quando devidamente cadastrados no Ministério
do Turismo.
§ 4o
O cadastro terá validade de 2 (dois) anos, contados da data de emissão do
certificado.
§ 5o
O disposto neste artigo não se aplica aos serviços de transporte aéreo.
Subseção II
Dos Meios de Hospedagem
Art. 23.
Consideram-se meios de hospedagem os empreendimentos ou estabelecimentos,
independentemente de sua forma de constituição, destinados a prestar serviços
de alojamento temporário, ofertados em unidades de freqüência individual e de
uso exclusivo do hóspede, bem como outros serviços necessários aos usuários,
denominados de serviços de hospedagem, mediante adoção de instrumento
contratual, tácito ou expresso, e cobrança de diária.
§ 1o
Os empreendimentos ou estabelecimentos de hospedagem que explorem ou
administrem, em condomínios residenciais, a prestação de serviços de hospedagem
em unidades mobiliadas e equipadas, bem como outros serviços oferecidos a
hóspedes, estão sujeitos ao cadastro de que trata esta Lei e ao seu
regulamento.
§ 2o
Considera-se prestação de serviços de hospedagem em tempo compartilhado a
administração de intercâmbio, entendida como organização e permuta de períodos
de ocupação entre cessionários de unidades habitacionais de distintos meios de
hospedagem.
§ 3o
Não descaracteriza a prestação de serviços de hospedagem a divisão do
empreendimento em unidades hoteleiras, assim entendida a atribuição de natureza
jurídica autônoma às unidades habitacionais que o compõem, sob titularidade de
diversas pessoas, desde que sua destinação funcional seja apenas e
exclusivamente a de meio de hospedagem.
§ 4o Entende-se por diária o preço de
hospedagem correspondente à utilização da unidade habitacional e dos serviços
incluídos, no período de 24 (vinte e quatro) horas, compreendido nos horários
fixados para entrada e saída de hóspedes.
Art. 24.
Os meios de hospedagem, para obter o cadastramento, devem preencher pelo menos
um dos seguintes requisitos:
I - possuir
licença de funcionamento, expedida pela autoridade competente, para prestar
serviços de hospedagem, podendo tal licença objetivar somente partes da
edificação; e
II - no caso dos empreendimentos ou estabelecimentos conhecidos
como condomínio hoteleiro, flat, flat-hotel, hotel-residence, loft,
apart-hotel, apart-service condominial, condohotel e similares,
possuir licença edilícia de construção ou certificado de conclusão de
construção, expedidos pela autoridade competente, acompanhados dos seguintes
documentos:
a) convenção
de condomínio ou memorial de incorporação ou, ainda, instrumento de instituição
condominial, com previsão de prestação de serviços hoteleiros aos seus
usuários, condôminos ou não, com oferta de alojamento temporário para hóspedes
mediante contrato de hospedagem no sistema associativo, também conhecido como
pool de locação;
b) documento
ou contrato de formalização de constituição do pool de locação, como sociedade
em conta de participação, ou outra forma legal de constituição, com a adesão dos proprietários de
pelo menos 60% (sessenta por cento) das unidades habitacionais à exploração hoteleira do empreendimento;
c) contrato
em que esteja formalizada a administração ou exploração, em regime solidário,
do empreendimento imobiliário como meio de hospedagem de responsabilidade de
prestador de serviço hoteleiro cadastrado no Ministério do Turismo;
d) certidão
de cumprimento às regras de segurança contra riscos aplicáveis aos
estabelecimentos comerciais; e
e) documento comprobatório de enquadramento sindical
da categoria na atividade de hotéis, exigível a contar da data de eficácia do
segundo dissídio coletivo celebrado na vigência desta Lei.
§ 1o
Para a obtenção do cadastro no Ministério do Turismo, os empreendimentos de que
trata o inciso II do caput deste artigo, caso a licença edilícia de construção
tenha sido emitida após a vigência desta Lei, deverão apresentar,
necessariamente, a licença de funcionamento.
§ 2o
O disposto nesta Lei não se aplica aos empreendimentos imobiliários,
organizados sob forma de condomínio, que contem com instalações e serviços de
hotelaria à disposição dos moradores, cujos proprietários disponibilizem suas
unidades exclusivamente para uso residencial ou para serem utilizadas por
terceiros, com esta finalidade, por períodos superiores a 90 (noventa) dias,
conforme legislação específica.
I - as
definições dos tipos e categorias de classificação e qualificação de
empreendimentos e estabelecimentos de hospedagem, que poderão ser revistos a
qualquer tempo;
II - os
padrões, critérios de qualidade, segurança, conforto e serviços previstos para
cada tipo de categoria definido; e
III - os
requisitos mínimos relativos a serviços, aspectos construtivos, equipamentos e
instalações indispensáveis ao deferimento do cadastro dos meios de hospedagem.
Parágrafo único.
A obtenção da classificação conferirá ao empreendimento chancela oficial
representada por selos, certificados, placas e demais símbolos, o que será
objeto de publicidade específica em página eletrônica do Ministério do Turismo,
disponibilizada na rede mundial de computadores.
Art. 26. Os meios de hospedagem deverão fornecer ao Ministério
do Turismo, em periodicidade por ele determinada, as seguintes informações:
I - perfil
dos hóspedes recebidos, distinguindo-os por nacionalidade; e
II - registro
quantitativo de hóspedes, taxas de ocupação, permanência média e número de
hóspedes por unidade habitacional.
Parágrafo único.
Para os fins deste artigo, os meios de hospedagem utilizarão as informações
previstas nos impressos Ficha Nacional de Registro de Hóspedes - FNRH
e Boletim de Ocupação Hoteleira - BOH, na forma em que dispuser o
regulamento.
Subseção III
Das Agências de Turismo
Art. 27.
Compreende-se por agência de turismo a pessoa jurídica que exerce a atividade
econômica de intermediação remunerada entre fornecedores e consumidores de
serviços turísticos ou os fornece diretamente.
§ 1o São considerados serviços de operação
de viagens, excursões e passeios turísticos, a organização, contratação e
execução de programas, roteiros, itinerários, bem como recepção, transferência
e a assistência ao turista.
§ 2o
O preço do serviço de intermediação é a comissão recebida dos fornecedores ou o
valor que agregar ao preço de custo desses fornecedores, facultando-se à
agência de turismo cobrar taxa de serviço do consumidor pelos serviços
prestados.
§ 3o As
atividades de intermediação de agências de turismo compreendem a oferta, a
reserva e a venda a consumidores de um ou mais dos seguintes serviços
turísticos fornecidos por terceiros:
I - passagens;
II - acomodações
e outros serviços em meios de hospedagem; e
III - programas
educacionais e de aprimoramento profissional.
§ 4o
As atividades complementares das agências de turismo compreendem a
intermediação ou execução dos seguintes serviços:
I - obtenção
de passaportes, vistos ou qualquer outro documento necessário à realização de
viagens;
II - transporte
turístico;
III - desembaraço
de bagagens em viagens e excursões;
IV - locação
de veículos;
V - obtenção
ou venda de ingressos para espetáculos públicos, artísticos, esportivos,
culturais e outras manifestações públicas;
VI - representação
de empresas transportadoras, de meios de hospedagem e de outras fornecedoras de
serviços turísticos;
VII - apoio
a feiras, exposições de negócios, congressos, convenções e congêneres;
VIII - venda
ou intermediação remunerada de seguros vinculados a viagens, passeios e
excursões e de cartões de assistência ao viajante;
IX - venda
de livros, revistas e outros artigos destinados a viajantes; e
X - acolhimento
turístico, consistente na organização de visitas a museus, monumentos
históricos e outros locais de interesse turístico.
§ 5o
A intermediação prevista no § 2o deste artigo não impede a
oferta, reserva e venda direta ao público pelos fornecedores dos serviços nele
elencados.
§ 6o
(VETADO)
§ 7o
As agências de turismo que operam diretamente com frota própria deverão atender
aos requisitos específicos exigidos para o transporte de superfície.
Subseção IV
Das Transportadoras Turísticas
Art. 28.
Consideram-se transportadoras turísticas as empresas que tenham por objeto
social a prestação de serviços de transporte turístico de superfície,
caracterizado pelo deslocamento de pessoas em veículos e embarcações por vias
terrestres e aquáticas, compreendendo as seguintes modalidades:
I - pacote
de viagem: itinerário realizado em âmbito municipal, intermunicipal,
interestadual ou internacional que incluam, além do transporte, outros
serviços turísticos como hospedagem, visita a locais turísticos, alimentação e
outros;
II - passeio
local: itinerário realizado para visitação a locais de interesse turístico do
município ou vizinhança, sem incluir pernoite;
III - traslado:
percurso realizado entre as estações terminais de embarque e desembarque de
passageiros, meios de hospedagem e locais onde se realizem congressos,
convenções, feiras, exposições de negócios e respectivas programações sociais;
e
IV
- especial:
ajustado diretamente por entidades civis associativas, sindicais, de classe,
desportivas, educacionais, culturais, religiosas, recreativas e grupo de
pessoas físicas e de pessoas jurídicas, sem objetivo de lucro, com
transportadoras turísticas, em âmbito municipal, intermunicipal,
interestadual e internacional.
Art. 29.
O Ministério do Turismo, ouvidos os demais órgãos competentes sobre a matéria,
fixará:
I - as
condições e padrões para a classificação em categorias de conforto e serviços
dos veículos terrestres e embarcações para o turismo; e
II - os
padrões para a identificação oficial a ser usada na parte externa dos veículos
terrestres e embarcações referidas no inciso I do caput deste artigo.
Subseção V
Das Organizadoras de Eventos
Art. 30. Compreendem-se por organizadoras de eventos as empresas
que têm por objeto social a prestação de serviços de gestão, planejamento,
organização, promoção, coordenação, operacionalização, produção e assessoria de
eventos.
§ 1o As empresas organizadoras de eventos
distinguem-se em 2 (duas) categorias: as organizadoras de congressos,
convenções e congêneres de caráter comercial, técnico-científico, esportivo,
cultural, promocional e social, de interesse profissional, associativo e
institucional, e as organizadoras de feiras de negócios, exposições e
congêneres.
§ 2o
O preço do serviço das empresas organizadoras de eventos é o
valor cobrado pelos serviços de organização, a comissão recebida pela
intermediação na captação de recursos financeiros para a realização do evento e
a taxa de administração referente à contratação de serviços de terceiros.
Subseção VI
Dos Parques Temáticos
Art. 31.
Consideram-se parques temáticos os empreendimentos ou estabelecimentos que
tenham por objeto social a prestação de serviços e atividades, implantados em
local fixo e de forma permanente, ambientados tematicamente, considerados de
interesse turístico pelo Ministério do Turismo.
Subseção VII
Dos Acampamentos Turísticos
Art. 32. Consideram-se acampamentos turísticos
as áreas especialmente preparadas para a montagem de barracas e o
estacionamento de reboques habitáveis, ou equipamento similar, dispondo, ainda,
de instalações, equipamentos e serviços específicos para facilitar a
permanência dos usuários ao ar livre.
Parágrafo único. O Poder Executivo discriminará,
mediante regulamentação, os equipamentos mínimos necessários para o
enquadramento do prestador de serviço na atividade de que trata o caput deste
artigo.
Subseção VIII
Dos Direitos
Art. 33.
São direitos dos prestadores de serviços turísticos cadastrados no Ministério
do Turismo, resguardadas as diretrizes da Política Nacional de Turismo, na
forma desta Lei:
I - o acesso a programas de apoio,
financiamentos ou outros benefícios constantes da legislação de fomento ao
turismo;
II - a
menção de seus empreendimentos ou estabelecimentos empresariais, bem como dos
serviços que exploram ou administram, em campanhas promocionais do Ministério
do Turismo e da Embratur, para as quais contribuam financeiramente; e
III - a
utilização de siglas, palavras, marcas, logomarcas, número de cadastro e selos
de qualidade, quando for o caso, em promoção ou divulgação oficial para as
quais o Ministério do Turismo e a Embratur contribuam técnica ou
financeiramente.
Subseção IX
Dos Deveres
Art. 34.
São deveres dos prestadores de serviços turísticos:
I - mencionar e utilizar, em qualquer forma de
divulgação e promoção, o número de cadastro, os símbolos, expressões e demais
formas de identificação determinadas pelo Ministério do Turismo;
II - apresentar,
na forma e no prazo estabelecido pelo Ministério do Turismo, informações e
documentos referentes ao exercício de suas atividades, empreendimentos,
equipamentos e serviços, bem como ao perfil de atuação, qualidades e padrões
dos serviços por eles oferecidos;
III - manter,
em suas instalações, livro de reclamações e, em local visível, cópia do
certificado de cadastro; e
IV - manter, no exercício de suas atividades, estrita obediência
aos direitos do consumidor e à legislação ambiental.
Seção II
Da Fiscalização
Art. 35.
O Ministério do Turismo, no âmbito de sua competência, fiscalizará o
cumprimento desta Lei por toda e qualquer pessoa, física ou jurídica, que
exerça a atividade de prestação de serviços turísticos, cadastrada ou não,
inclusive as que adotem, por extenso ou de forma abreviada, expressões ou
termos que possam induzir em erro quanto ao real objeto de suas atividades.
Seção III
Das Infrações e das Penalidades
Subseção I
Das Penalidades
Art. 36.
A não-observância do disposto nesta Lei sujeitará os prestadores de serviços
turísticos, observado o contraditório e a ampla defesa, às seguintes
penalidades:
I - advertência
por escrito;
III - cancelamento
da classificação;
IV - interdição de local, atividade,
instalação, estabelecimento empresarial, empreendimento ou equipamento; e
V - cancelamento
do cadastro.
§ 1o
As penalidades previstas nos incisos II a V do caput deste artigo poderão ser
aplicadas isolada ou cumulativamente.
§ 2o
A aplicação da penalidade de advertência não dispensa o infrator da obrigação
de fazer ou deixar de fazer, interromper, cessar, reparar ou sustar de imediato
o ato ou a omissão caracterizada como infração, sob pena de incidência de multa
ou aplicação de penalidade mais grave.
§ 3o
A penalidade de multa será em montante não inferior a R$ 350,00 (trezentos e cinqüenta
reais) e não superior a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais).
§ 4o
Regulamento disporá sobre critérios para gradação dos valores das multas.
§ 5o
A penalidade de interdição será mantida até a completa regularização da
situação, ensejando a reincidência de tal ocorrência aplicação de penalidade
mais grave.
§ 6o
A penalidade de cancelamento da classificação ensejará a retirada do nome do
prestador de serviços turísticos da página eletrônica do Ministério do Turismo,
na qual consta o rol daqueles que foram contemplados com a chancela oficial de
que trata o parágrafo único do art. 25 desta Lei.
§ 7o
A penalidade de cancelamento de cadastro implicará a paralisação dos serviços e
a apreensão do certificado de cadastro, sendo deferido prazo de até 30 (trinta)
dias, contados da ciência do infrator, para regularização de compromissos
assumidos com os usuários, não podendo, no período, assumir novas obrigações.
§ 8o
As penalidades referidas nos incisos III a V do caput deste artigo
acarretarão a perda, no todo, ou em parte, dos benefícios, recursos ou
incentivos que estejam sendo concedidos ao prestador de serviços turísticos.
Art. 37.
Serão observados os seguintes fatores na aplicação de penalidades:
I - natureza
das infrações;
II - menor
ou maior gravidade da infração, considerados os prejuízos dela decorrentes para
os usuários e para o turismo nacional; e
III - circunstâncias
atenuantes ou agravantes, inclusive os antecedentes do infrator.
§ 1o
Constituirão circunstâncias atenuantes a colaboração com a fiscalização e a
presteza no ressarcimento dos prejuízos ou reparação dos erros.
§ 2o
Constituirão circunstâncias agravantes a reiterada prática de infrações, a
sonegação de informações e documentos e os obstáculos impostos à fiscalização.
§ 3o
O Ministério do Turismo manterá sistema cadastral de informações no qual serão
registradas as infrações e as respectivas penalidades aplicadas.
Art. 38.
A multa a ser cominada será graduada de acordo com a gravidade da infração, a
vantagem auferida, a condição econômica do fornecedor, bem como com a imagem do
turismo nacional, devendo sua aplicação ser precedida do devido procedimento
administrativo, e ser levados em conta os seguintes fatores:
I - maior
ou menor gravidade da infração; e
II - circunstâncias
atenuantes ou agravantes.
§ 1o
As multas a que se refere esta Lei, devidamente atualizadas na data de seu
efetivo pagamento, serão recolhidas à conta única do Tesouro Nacional.
§ 2o
Os débitos decorrentes do não-pagamento, no prazo de 30 (trinta) dias, de
multas aplicadas pelo Ministério do Turismo serão, após apuradas sua liquidez e
certeza, inscritos na Dívida Ativa da União.
Art. 39.
Caberá pedido de reconsideração, no prazo de 10 (dez) dias, contados a partir
da efetiva ciência pelo interessado, à autoridade que houver proferido a
decisão de aplicar a penalidade, a qual decidirá no prazo de 5 (cinco) dias.
§ 1o
No caso de indeferimento, o interessado poderá, no prazo de 10 (dez) dias,
contados da ciência da decisão, apresentar recurso hierárquico, com efeito
suspensivo, para
uma junta de recursos, com composição tripartite formada por 1 (um)
representante dos empregadores, 1 (um) representante dos empregados,
ambos escolhidos entre as associações de classe componentes do Conselho
Nacional de Turismo, e 1 (um) representante do Ministério do Turismo.
§ 2o
Os critérios para composição e a forma de atuação da junta de recursos,
de que trata o § 1o deste artigo, serão regulamentados pelo
Poder Executivo.
Art. 40.
Cumprida a penalidade e cessados os motivos de sua aplicação, os prestadores de
serviços turísticos poderão requerer reabilitação.
Parágrafo único.
Deferida a reabilitação, as penalidades anteriormente aplicadas deixarão de
constituir agravantes, no caso de novas infrações, nas seguintes condições:
I - decorridos
180 (cento e oitenta) dias sem a ocorrência de novas infrações nos casos de
advertência;
II - decorridos 2 (dois) anos sem a
ocorrência de novas infrações nos casos de multa ou cancelamento da
classificação; e
III - decorridos 5 (cinco) anos, sem a ocorrência de
novas infrações, nos casos de interdição de local, atividade, instalação,
estabelecimento empresarial, empreendimento ou equipamento ou cancelamento de
cadastro.
Subseção II
Das Infrações
Art. 41.
Prestar serviços de turismo sem o devido cadastro no Ministério do Turismo ou
não atualizar cadastro com prazo de validade vencido:
Pena - multa
e interdição do local e atividade, instalação, estabelecimento empresarial,
empreendimento ou equipamento.
Parágrafo único.
A penalidade de interdição será mantida até a completa regularização da
situação, ensejando a reincidência de tal ocorrência aplicação de penalidade
mais grave.
Art. 42.
Não fornecer os dados e informações previstos no art. 26 desta Lei:
Pena - advertência
por escrito.
Art. 43.
Não cumprir com os deveres insertos no art. 34 desta Lei:
Pena - advertência
por escrito.
Parágrafo único.
No caso de não-observância dos deveres insertos no inciso IV do caput do art.
34 desta Lei, caberá aplicação de multa, conforme dispuser Regulamento.
CAPÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 44. O Ministério do Turismo poderá delegar competência para
o exercício de atividades e atribuições específicas estabelecidas nesta Lei a
órgãos e entidades da administração pública, inclusive de demais esferas
federativas, em especial das funções relativas ao cadastramento, classificação
e fiscalização dos prestadores de serviços turísticos, assim como a aplicação
de penalidades e arrecadação de receitas.
Art. 45.
Os
prestadores de serviços turísticos cadastrados na data da publicação desta Lei
deverão adaptar-se ao disposto nesta Lei quando expirado o prazo de validade do
certificado de cadastro.
Art.
46. (VETADO)
Art.
47. (VETADO)
Art. 48.
Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação,
observado, quanto ao seu art. 46, o disposto no inciso I do caput do art. 106 da Lei no
5.172, de 25 de outubro de 1966 -
Código Tributário Nacional.
III - os
incisos
VIII e X
do caput e
os §§
2o e 3o
do art. 3o, o inciso VIII
do caput do art. 6o e o art.
8o da Lei no 8.181, de 28 de março de 1991.
Brasília, 17 de setembro de 2008;
187o da Independência e 120o da República.
Tarso Genro
Celso Luiz Nunes Amorim
Guido Mantega
Alfredo Nascimento
Miguel Jorge
Paulo Bernardo Silva
Carlos Minc
Luiz Eduardo Pereira Barreto Filho
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