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terça-feira, 12 de dezembro de 2023

EXPOSIÇÃO DE ARTE SACRA

 Exposição de Arte Sacra 

Hoje, ao passar pela Praça do Centenário, algo chamou minha atenção: uma casa antiga, bem ali na praça, estava aberta e recebia visitantes. A curiosidade me fez parar e entrar. Lá dentro, para minha surpresa, estava acontecendo uma Exposição de Arte Sacra do Período Barroco.  

Ao cruzar a porta, fui imediatamente envolvido por um ambiente que exalava história e devoção. Havia utensílios litúrgicos minuciosamente trabalhados, imagens e pinturas que pareciam ganhar vida, coroas de imagens reluzentes e objetos da Semana Santa que traziam à memória ritos tão profundos de fé.  

O ponto alto, porém, foi a imagem de Nossa Senhora da Boa Viagem, a padroeira, imponente e serena, irradiando uma presença que parecia preencher todo o espaço. Fiquei ali por um tempo, contemplando, como se aquele encontro tivesse sido preparado especialmente para mim. Foi um momento de descoberta e paz, escondido no coração daquela casa tão cheia de histórias.




A peça exibida na imagem é um suporte ou peanha de madeira policromada, ornamentada com três cabeças de querubins em relevo, alinhados frontalmente. As cabeças possuem traços infantis e estão dispostas em torno de um motivo central, destacando a ornamentação característica do período barroco.

Características barrocas da peça:

1. Uso de querubins: Frequentemente, o Barroco empregava figuras angélicas para simbolizar o celestial e o divino. Os querubins, em particular, eram associados à proximidade de Deus.

2. Madeira policromada: Este material e técnica eram predominantes em esculturas e elementos decorativos do período, especialmente em regiões ibero-americanas e europeias de influência católica.

3. Riqueza nos detalhes: A atenção dada às expressões faciais, aos cabelos e ao movimento das figuras ilustra o desejo barroco de criar peças que transmitissem emoção e profundidade espiritual.

4. Função litúrgica ou decorativa: A base pode ter sido usada como suporte para uma imagem sacra ou como parte de um altar, reforçando sua relação com o contexto religioso do Barroco.

Essa peça, com sua estética exuberante e simbologia angelical, reflete o espírito do Barroco, que buscava exaltar a fé e impressionar os fiéis por meio da arte. Caso queira mais detalhes sobre o contexto histórico ou artístico, posso complementar.



A imagem representa São Miguel Arcanjo em uma escultura do período barroco, evidenciada pelos detalhes ornamentados e pela dramaticidade da composição. São Miguel está representado como um guerreiro celestial, trajando uma armadura ricamente decorada, com detalhes dourados que realçam seu papel como líder das hostes celestiais. 

As asas são amplas, com destaque para as curvas e ornamentos dourados que adicionam movimento e fluidez à peça, característica comum do barroco, que busca transmitir dinamismo e emoção. Ele segura uma balança, símbolo de justiça divina, e uma lança, representando sua luta contra o mal, geralmente associada à vitória sobre o dragão na iconografia cristã.

Os tons vibrantes e a riqueza nos detalhes, como o tecido azul e dourado do manto e os arabescos da armadura, são marcas do barroco, que privilegia o esplendor e a teatralidade para impactar e emocionar o observador. A postura de São Miguel, com um pé apoiado sobre uma nuvem estilizada, confere uma sensação de leveza e elevação espiritual, típica da arte religiosa deste período.


São Sebastião
 

A peça retrata São Sebastião, um mártir cristão amplamente representado na arte sacra. Ela segue o estilo barroco, caracterizado pelo dinamismo e pela dramaticidade. O santo é apresentado preso a um tronco de árvore, com os braços amarrados e o corpo ferido por flechas, simbolizando seu martírio. O rosto expressa serenidade em meio ao sofrimento, transmitindo a fé e a entrega a Deus. As vestes simples e o uso de dourados nos detalhes destacam a delicadeza da escultura e remetem à espiritualidade da época. O tronco e o pedestal escurecidos contrastam com o tom claro da pele, realçando a figura central.

Nossa Senhora das Dores 


A imagem retrata Nossa Senhora das Dores, uma representação clássica da Virgem Maria associada à sua compaixão e sofrimento durante a Paixão de Cristo. Pertencente à época barroca, a escultura exibe características marcantes desse estilo, como o realismo dramático e o rico detalhamento.

Ela é esculpida em madeira, o que explica seu peso e robustez, e ornamentada com um manto preto e dourado, simbolizando luto e realeza. O dourado, com desenhos elaborados, realça a nobreza da figura, enquanto a posição das mãos unidas reflete sua profunda tristeza e submissão à vontade divina.

A coroa de estrelas ao redor da cabeça reforça sua pureza e ligação celestial, uma característica frequentemente associada à iconografia mariana. Essa imagem é grandiosa e destinada a expressar o drama da Semana Santa, sendo utilizada em procissões solenes, onde seu porte imponente contribui para um impacto visual e espiritual significativo.

São Joaquim 

A imagem mostra uma escultura religiosa em madeira policromada, típica do período Barroco, com traços que destacam o dinamismo e a expressividade característicos dessa época. A figura masculina, com barba longa e cabelos brancos, é representada em uma pose dramática e envolvente, típica do estilo barroco, que buscava transmitir emoção e intensidade. Ele veste uma túnica ricamente ornamentada nas cores dourada e vermelha, cores frequentemente associadas à grandiosidade e à sacralidade no Barroco. Na mão direita, segura um cajado curvado, elemento que reforça o simbolismo de liderança espiritual ou pastoreio.

A base da escultura, com formato hexagonal e acabamento que imita mármore, reflete a atenção aos detalhes e o uso de materiais e texturas que conferem luxo e requinte às peças desse período. 

São Bento


No período barroco, havia uma ênfase na dramaticidade, no movimento e na ornamentação rica, características que serviam para reforçar a religiosidade e inspirar a fé nos fiéis. A escultura de São Bento reflete esses aspectos com o cuidado nos detalhes das vestes, adornadas com dourado, e na expressão séria e contemplativa, que transmite autoridade e santidade.

São Bento, fundador da Ordem dos Beneditinos e autor da Regra de São Bento, é frequentemente representado com símbolos que remetem à sua vida e à sua espiritualidade. O cajado que segura pode ser associado à sua liderança espiritual como abade, enquanto o livro pode simbolizar a Regra Beneditina, que estruturou a vida monástica no Ocidente.

Além disso, o trabalho no drapeado das vestes e nos detalhes dourados reforça o estilo barroco, que buscava atrair os fiéis pela beleza e criar uma atmosfera de devoção intensa. Essa escultura, portanto, não é apenas uma representação de São Bento, mas também um testemunho do poder da arte barroca em transmitir espiritualidade e emoção.

quarta-feira, 22 de abril de 2020

HISTÓRIA DA COMUNIDADE NEGRA DOS ARTUROS - Contagem

O quilombo surgiu com o negro Arthur Camilo Silvério. Embora Arthur vivesse no tempo da escravidão, ele era um homem livre, já que na época de seu nascimento (1880) imperava a Lei do Ventre Livre, a qual tornava libertos todos os cativos nascidos a partir de 1871. Mesmo sendo um homem alforriado pela lei, ele sofreu tanto quanto um escravo, pois não conseguiu, a priori, tirar o sustento da terra comprada pelo pai, por isso teve que trabalhar duro em varias fazendas, onde foi castigado, humilhado e colocado sobre a vigília de cães.

Um dia o seu pai faleceu. Artur quis presta-lhe as ultimas homenagens. Pediu permissão ao seu patrão. Insistiu quando este o proibiu de vê-lo, mas tudo o que conseguiu, foi levar um golpe no rosto com um instrumento de madeira. Isso foi o estopim, ele não suportou mais a vida de privação na fazenda. Fugiu, passando por diversos lugares. Trabalhou arduamente com a esperança de conseguir uma vida melhor. A fé e o esforço de Artur renderam-lhe fruto. Ele acumulou recursos e pode retornar a terra que herdou do pai. Viveu no local tranquilamente. Cuidado dos filhos adotivos e legítimos que tivera com sua esposa Carmelinda Maria da Silva.

segunda-feira, 13 de abril de 2020

ZEZÉ LEONE – A curiosa história de uma Locomotiva.


https://anytamarques.blogspot.com/2020/04/locomotiva-zeze-leone.htm

Zezé Leone é uma locomotiva a vapor, pertencente ao modelo Pacific (4-6-2) construída pela American Locomotive Company (Alco) em 1922, declara o jornal Trem de Ferro da ABPF-RJ. Só pelo fato de ser um veiculo antigo já chama a atenção, pois agrega um valor histórico, que proporcionaria a compreender a evolução do transporte ferroviário e a expor a mecânica adotada naquela época. Entretanto outros aspectos curiosos estão envolvidos nesta historia.

Em primeiro lugar é a origem. Esse trem chegou ao Brasil através de uma visita inusitada. Segundo Cavalcanti, foi o Rei Alberto I da Bélgica que, quando visitou essa nação, enviou a locomotiva como presente pelo centenário da Independência. Outro fato instigante é a explicação do apelido, pois Zezé Leone foi o nome da primeira Miss Brasil eleita em 1923.

De todas as jovens que conquistaram o titulo de Miss Brasil, Zezé Leone foi a mais icônica. Recebeu homenagem em letra de marchinha; deu nome a uma rua e perfume, participou do filme “Sua Majestade, a Mais Bela”, do estúdio Botelho Films; dentre outros trabalhos publicitários. Também ganhou um doce com o seu nome. A receita pode ser conferida no link: https://charlelitoreceitas.blogspot.com/2020/04/doce-zeze-leone.html

Segundo Cavalcanti, a locomotiva, ao ser integrada a frota da Estrada de Ferro Central do Brasil (EFCB), recebeu o nº 370. Foi utilizada no transporte noturno de passageiros de Cruzeiro do Sul, o Rio de Janeiro e São Paulo. Seu principal maquinista foi Carlos Pereira da Rocha. Ele era o responsável pela linha entre Rio e São Paulo. Em sua memória relata que quando os residentes do subúrbio carioca ouviam os apitos, corriam para a janela ver a passagem do trem. Era o próprio maquinista responsável por cuidava da limpeza do veiculo. Ele fazia questão por conservar o metal sempre lustroso. Aproveitava os momentos em que a maquina estava parada e chamava os filhos para ajuda-lhe na limpeza.

Oliveira conta que em 1968 a locomotiva ficou inoperante. Estava fardada a virar sucata como o resto dos maquinários da Central do Brasil e assim ficaria perdida para sempre. Entretanto houve intenção de recuperar o patrimônio. O que demorou a ser posto em pratica.

Esta foi uma saga a parte. Conforme Oliveira como demorou a iniciar o projeto, as principais peças de bronze foram retiradas e guardadas em caixotes. Essa terminou sumindo, quando o deposito foi fechado nos anos 90.

Esquecida, exposta na frente do deposito, acabou sofrendo com a ação do tempo. Ficou anos sem proteção que impedisse sua continua ruína.

Em 1991 no jornal Trem de Ferro da ABPF-RJ exprimiu preocupação com a degradação do patrimônio e cogitou uma possível restauração no futuro. Segundo a matéria, a Associação Brasileira de Preservação Ferroviária recomendou a construção de uma cobertura ou a deslocamento da locomotiva para o interior do Depósito.

Conforme fontes de Oliveira, no ano 2002, a MRS e os aposentados a retiraram do lugar e a guardaram no interior, onde ficaria protegida. Só em 2005 foi redescoberta, quando o pesquisador Sergio Martire fazia o inventário das locomotivas a vapor para Notícia & Cia. Com esse trabalho foi proposto à recuperação. O projeto foi levado ao Ministério da Cultura em 2007. Nesse a MRS Logística prometeu disponibilizar recurso para o restauro. A recuperação começou em 2008.

Apesar do excelente trabalho da equipe de restauradores, a locomotiva não está sendo usada para passeios turísticos. De fato isso é um desperdício de um bem de grande potencial. Ela deveria render recursos para pagar o dinheiro gasto com o restauro e gera renda para o município.



Conclusão



A história dessa locomotiva é um exemplo do que acontece com muitos dos patrimônios no Brasil. Já que, apesar do reconhecimento de ser um bem importante, e do alerta pela necessidade de restauração, deixou-se deteriorar por um longo tempo. Certamente os recursos utilizados foram maiores do que se tivesse iniciado o projeto antes, quando ainda a deterioração não era menor.

Faltamente isso poderá levar a uma nova degradação do patrimônio e talvez a perda total. Já que os recursos adquiridos pelo uso, uma parte deveriam ser revertido na sua manutenção. Se não há a utilidade, não tem como manter a preservação desse atrativo.

Enfim atrativos turísticos não devem ser pensados como meros enfeites para cidades e sim como geradores de renda e emprego.



Referências Bibliográficas:


Artigo sobre a locomotiva Zezé Leone no jornal “Trem de Ferro”, da ABPF-RJ, em 1991.




CAVALCANTI, Flavio, Locomotiva Zezé Leone: história, recuperação e projeto turístico, disponível em: http://vfco.brazilia.jor.br/atualizacoes/2013-07-22-projeto-turistico-locomotiva-Zeze-Leone.shtml


OLIVEIRA, Andreia, A Imponente Zeze Leone, disponível em: http://deianarede.blogspot.com/2012/06/imponente-zeze-leone.html O processo recuperação esta registrado nesse site. 

Pintura de Ana Paula Marques Soares. Link: https://anytamarques.blogspot.com/2020/04/locomotiva-zeze-leone.html

quarta-feira, 1 de abril de 2020

CENÁRIOS DE ITABIRITO RETRADO ATRAVÉS DOS MEUS QUADROS ANTIGOS

Alto do Cristo



Quem está em Itabirito é quase impossível não conseguir visualizar o Alto Cristo. Ele é visível em qualquer ponto da cidade. O lugar ainda possui a antiga cruz posta antes da construção do Cristo Redentor. Essa imagem possui 18 metros, sendo três de pedestal e 15 da figura propriamente dita.
Com 1.179 metros é um dos principais mirantes do município, onde se pode avistar a Serra da Piedade, o Pico do Itacolomi, Pico de Itabirito, Morro do chapéu a Serra do Caraça, além da cidade de Itabirito. O local também é denominado Morro do Cruzeiro e sedia campeonatos de Mountain Bike e Downhill.


Igreja do Rosário 



    Está localizada no alto da Rua do Rosário. Foi construída no inicio do século XVIII. É considerado um Monumento do Patrimônio Artístico Nacional pela suavidade das linhas dos altares tendo a característica mais artística.  A igreja é cercada por muros baixos de pedras com bela escada na entrada representando o estilo barroco. 

Matriz Nossa Senhora da Boa Viagem



Encontra-se no alto da colina, sua construção foi nos anos de 1710 a 1721 com a execução dos portugueses. A igreja apresenta um estilo barroco colonial, com torres num estilo bizantino. Possui mais de um altar com colunas em espiral salomônicas douradas com grande beleza. A pintura está conservada, no teto é representada uma bela pintura a Ave Maria. Na sua construção teve a participação de muitos padres. 
 
O Pico de Itabirito 

É considerado um patrimônio histórico natural tombado pela Constituição do Estado de Minas Gerais  em 1989.  Trata-se de uma elevação de 1.586 metros utilizada pelos bandeirantes como marco de orientação. Originou-se um monólito, ou seja constitui de um único bloco de hematita compacta com alto teor de ferro. Composta de uma reserva de aproximadamente 94 milhões de toneladas do minério.

Praça 1º de Maio 


A praça 1º de Maio é uma homenagem ao dia do trabalhador. Está localizada numa área importante da cidade, dentro do centro comercial e próximo a prefeitura. Na atualidade foi construído, ao lado, um prédio que abriga o banco. Esse não existia quando pintei esse quadro. O que havia era uma casa murada e arborizada. 

No geral as praças têm um papel fundamental no cotidiano do povo mineiro, pois é um lugar de socialização. É nela onde há a possibilidade de refugio das atividades rotineira. As pessoas se concentram para bater um papo, ou para descansar em seus bancos.

Possibilita também a quebra da cotidiana, já que é um espaço reservado para vários eventos. Deste a apresentação de banda, feiras de todo os tipos, jogos e gincanas.

Rua do Rosário 

A presença de edificações históricas na Rua do Rosário, onde residências e comércios coexistem, evidencia sua importância como uma via central em Itabira do Campo nos séculos XVIII e XIX.

Partindo da igreja matriz, os tropeiros e viajantes que se dirigiam ao morro do João Pinto e ao Vale do Paraopeba passavam pela Rua do Rosário, onde encontra-se um templo religioso protegido como Monumento Nacional desde 1955.

Essas rotas mantiveram sua relevância até o final do século XIX, quando o centro urbano de Itabira do Campo começou a se deslocar das áreas elevadas para as planícies ao redor do Rio Itabira, atualmente conhecido como Rio Itabirito.

Alguns edifícios de dois andares na Rua do Rosário apresentam uma fusão de estilos arquitetônicos, combinando elementos da arquitetura colonial tanto urbana quanto rural, como o uso de pedra na base, varandas em balcão e a destinação do térreo para atividades comerciais.

Essa composição arquitetônica singular confere a esta área um caráter único, possivelmente sem precedentes, dentro do contexto dos cenários urbanos remanescentes em Minas Gerais daquela época.

Sede do Coral dos Canarinhos de Itabirito


Edificado provavelmente com função residencial em 1772, conforme inscrição no portal da fachada, este prédio apresenta características típicas da arquitetura colonial mineira, incluindo base em pedra, cumeeira paralela à fachada, e vergas e ombreiras em cantaria. Ao longo dos anos, abrigou diversas instituições culturais e educacionais, como o Museu do Ferro, inaugurado em 1968, a Escola de Música e o Ateliê de Restauro na década de 1990. Desde 1994, é sede do Coral dos Canarinhos de Itabirito, sendo um patrimônio cultural significativo do município.

Usina da Esperança

 

 

 Alto forno

Trata-se do primeiro alto forno de carcaça de aço criado no Brasil, já que anteriormente o essa maquinário era importado da Inglaterra. A estrutura foi erguido em pedra e revestido de tijolos refratários fabricado com o barro retirado da Grota das Cobras.